sábado, 18 de setembro de 2010

"De perto ninguém é normal”... De longe também não




A Loucura é temática pensada sob as mais variadas abordagens e problemáticas. Loucura, historicamente construída. Loucura na nossa contemporaneidade. Considerar alguém normal atualmente é algo perigoso de se afirmar. Quem se arrisca a falar em normalidade quando a paranóia das cidades já está incorporada em nosso cotidiano, sem percebermos sua existência? Quem ainda julga ingenuamente que a vida longe dos grandes centros urbanos são mais saudáveis e aprazíveis? Não. As neuroses, melancolias, esquizofrenias, paranóias e tantas outras esquisitices não são um fenômeno exclusivamente urbano ou pertencente ao século XXI. A loucura em suas nuances estão aí, secularmente, desde que mulheres e homens ocuparam esse espaço composto de mais água do que terra.

O fato é que, se "de perto ninguém é normal", de longe também não há como fugir dessa condição. As duas únicas diferenças que separam um indivíduo pretensamente normal de um classificado como louco é que alguns tomam remédios. Mas isso não é o mais importante. A grande diferença entre eles é que alguns disfarçam bem suas maluquices. Somente isso. Entretanto, antes que entremos numa pretensa discussão teórica  sobre as definições e tipologias da loucura, o mais importante é perceber que ela não pode ser tratada com julgamento de valor.


Identificá-la ou assumi-la não significa necessariamente dizer que estaremos condenados ao ostracismo da racionalidade. Torná-la algo criativo ou qualquer outra forma de sobrevivência que o valha está dentro da perfeita ordem da condição humana.

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